domingo, outubro 29, 2006

terça-feira, outubro 17, 2006


AINDA ONTEM PENSAVA QUE NÃO ERA ...


Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo
sem ritmo na esfera da vida.

Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos
move-se em mim.
Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives
não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"

Kahlil Gibran

segunda-feira, outubro 02, 2006

"Caminhando" !!!

(Prá não dizer que não falei das flores)
Letra e música de Geraldo Vandré!!!

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

"Soneto do Amor Demais" !!!

Não,já não amo mais os passarinhos
A quem, triste, contei tanto segredo.

Nem amo as flores despertadas cedo
Pelo vento orvalhado dos caminhos.
Não amo mais as sombras do arvoredo

Em seu suave entardecer de ninhos.

Nem amo receber outros carinhos
E até de amar a vida tenho medo.
Tenho medo de amar o que de cada Coisa

que der resulte empobrecida
A paixão do que se der à coisa amada
E que não sofra por desmerecida

Aquela que me deu tudo na vida
E que de mim só quer amor - mais nada.

Vinícius de Moraes