sexta-feira, agosto 31, 2007

quinta-feira, agosto 30, 2007

FÊNIX



Eu,

prisioneiro meu

descobri no breu

uma constelação


Céus,

conheci os céus

pelos olhos seus

Véu de comtemplação


Deus,

condenado eu fui

a forjar o amor

no aço do rancor

e a transpor as leis

mesquinhas dos mortais

Vou entre a redençãoe o esplendor

de por você viver


Sim,quis sair de mim

esquecer quem sou

e respirar por ti

e assim transpor as leis

mesquinhas dos mortais


Agoniza virgem Fênix

(O amor)entre cinzas, arco-íris e esplendor

por viver às juras de satisfazero ego mortal
Coisa pequenina,centelha divina,renasceu das cinzas

Onde foi ruína pássaro ferido

hoje é paraíso

Luz da minha vida,pedra de alquimia

Tudo o que eu queriaRenascer das cinzas
Quando o frio vemnos aquecer o coração

Quando a noite faz nascera luz da escuridão

e a dor revela a mais esplêndida emoção

O amor


FLÁVIO VENTURINNI/JORGE VERCILO

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terça-feira, agosto 28, 2007

Nos Bosques


Nos bosques,
perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento,
levante seu sussurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um coração partido.
Algo que de tão longe me parecia oculto gravemente,
coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e úmida treva das folhas.
Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avelã cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento como se,
repentinamente, estivessem me procurando as raízes que abandonei,
a terra perdida com minha infância,
e parei ferido pelo aroma errante.
Não o quero, amada.
Para que nada nos prenda,
para que não nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua boca
nem o que não disseram as palavras.
Nem a festa de amor que não tivemos
nem teus soluços junto à janela...

(PAPLO NERUDA)
- (1904-1973)
Do Livro Cem Sonetos de Amor
- Pág.12

Mistérios de Mulher


O que eu escondo?
Não sei...
Poucas coisas...
Bobas...
Algumas fortes...
Nem te conto.
Eu carregarei eternamente sozinha...
Sou forte, sou capaz de aguentar...
Quanto a ti não sei...
As mulheres são guerreiras,
E silenciam quando precisam...
Compartilham o que podem
Dão o que tem.
Todas tem segredos
Amores violentos
Paixões interrompidas
Sonhos esquecidos...
Podem carregar dores, mágoas
Mas não transparecem a qualquer um.
Escolhem um homem para amar e servir.
Compartilhar alegrias e sonhos
Algumas tristezas e medos...
Mas tem medos que são só delas.
Tem desejos que são secretos.
Lembranças que são ocultas...
Através de olhos sinceros.
Mas elas amam mesmo assim...
Se entregam, se dividem.
Acreditam, esperam.
Possuem um amor infinito
E outras coisas infinitas...
Que mal cabem dentro delas
Tão frágeis e sensíveis
Tão lobas e famintas.

Carolina Salsides

segunda-feira, agosto 27, 2007

Bom Dia!!!

Eu sou o dia, vim te acordar!
Espreguice...abra a janela!
Deixe-me entrar!
Sorria!!!
Sou um novo dia, vim te recepcionar!
Me inspire...me aspire!!!
Me aceite, me abrace...
Trago-te uma nova esperança!
Namore o horizonte...
veja minhas cores,escute meus sons!
Assobie com os pássaros...
dance com as nuvens gordinhas!
Ligue o som, cante uma canção!
Inicie tua jornada!
Sou tua benção!!!
Saia otimista para o trabalho...
cumprimente o vizinho!
Leve a paz no olhar e um sorriso nos lábios!
Espere algo bom acontecer!
Sou seu presente...sou o dia!

Bom dia para você!!!

Fernanda C. Scialla
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quinta-feira, agosto 16, 2007

... PRECE ...


"A ti, Senhor, que és pleno de luz e de amor,
e estás nos céus e em toda parte.
onde teu nome é sempre bendito e santificado.
de constante e eterna bondade.
A ti, Senhor, apresentamos nosso pedido:
dá-nos o teu reino de alegria, de compreensão;
a tua vontade e não a nossa seja feita,
Aqui, onde estamos, aí onde estás e estaremos um dia;
o pão da saúde, da disposição ao trabalho,
do entender e ser entendido,
do amar e ser amado,dá-nos hoje, dá-nos sempre,
Senhor. Ainda caminhantes no erro, dá-nos o teu perdão
e o ensinamentode como devemos perdoar.
À criança que existe ainda em cada um dá,
Senhor, a tua proteção.
Liberta-nos do mal, ampara-nos no caminho do bem,
pois teu, Senhor, somente teu, é o poder,
o reino e a glória para sempre, para todo o sempre.

(Wanderlino Arruda)

sexta-feira, agosto 10, 2007

ORAÇÃO PARA SI MESMO...


Você faz uma prece ao levantar ou ao se deitar?

Já fez uma prece a si mesmo?
Olha só:


Que eu me permita olhar, escutar e sonhar mais.

Falar menos. Chorar menos.

Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm

e não a inveja que penso que têm.

Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim

e por mim e comigo morrem por eu não os conhecer.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;

Aqueles que morrem e ressuscitam:

A cada novo fruto,

A cada nova flor,

A cada novo calor,

A cada nova geada,

A cada novo dia.

Que eu possa sonhar o ar, Sonhar o mar, Sonhar o amar, Sonhar o amalgamar.


Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque,

pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras,

pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, ouve e só ela, responde).
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos, mas saiba recuperar meus destinos com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo:

que eu não tenha medo de meus medos.
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis

e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu faça de mim um homem sereno dentro de minha própria turbulência,

sábio dentro de meus limites pequenos e inexatos,

humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas

(que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez).
Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão.

Permita-me ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei,

traduzir o que os mestres ensinaram e compreender a alegria

com que os simples traduzem suas experiências; respeitar incondicionalmente o ser;

o ser por si só, por mais nada que possa ter além de sua essência, auxiliar a solidão

de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou.
Que eu possa amar e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos;

fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
E... que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.



Texto de Oswaldo Antônio Begiato

quinta-feira, agosto 09, 2007

... Oceano ...


"A vida é o oceano...
A tristeza e a felicidade são os ventos...
Os pensamentos são as pontas das montanhas,
que se erguem como ilhas...
A vida de uma pessoa é o seu veleiro.
Uma pessoa em harmonia...
É aquela que sabe usar os ventoscomo força
para se impulsionar,
usar as ilhas para o seu descanso na sua jornada,
apreciar o balanço das ondas,como elas devem ser,
E ao final da jornada,abrir um sorriso e dizer:
A viagem valeu! Uma pessoa em desarmonia...
É aquela que sempre transforma os ventos numa tempestade,
Que ignora as ilhas e as vêem como obstáculos as suas jornadas...
Que acha que as ondas só podem estar no topo,
Que no fim da jornada apenas conta quantas vezes
as ondas desceram e quantas vezes o barco virou."

- (Chao Lung Wen) -


O۩۞۩O • ♥ •βjs Iluminados, Namaste! €ti • ♥ • O۩۞۩O

Precisa-se de uma casa...


Uma casa sem medo de ser invadida.
Precisa-se de uma casa,
cujas paredes sejam feitas de abraços,
mistura de cimento de carinhos e tijolos de afeição.
Uma casa com pisos de madeira perfumada,
lembrando aromas de flores e campos transformados.
Uma casa com escadas que conduzam a um sótão de sonhos armazenados.
Procura-se uma casa ampla com espaços para acomodar
o desejo de viver na tranqüilidade, no sossego.
Uma casa pintada de branco com nuances de paz
e raios de luz por todos os cantos.
É imprescindível que possua claridade transparente.
Uma casa com amores- perfeitos plantados no jardim e gerânios,
ao redor dela, acariciando as pedras dos seus alicerces.
Algumas roseiras são indispensáveis...
Além do mais, necessário é que exista um banco
com nomes gravados a canivete com juras de eternidade.
E que, junto a esse banco, haja uma árvore com galhos
cheios de ninhos de pássaros.
Procura-se uma casa que tenha, em seu interior mais secreto,
uma lareira constantemente aquecendo o inverno e,
no teto, uma clarabóia imensa por onde
se possa ver as estrelas nas noites de verão.
Mas, NÃO se fecha negócio se houver um quintal,
nos fundos da moradia,
com tesouros escondidos de infâncias múltiplas e antigas,
que ainda ninguém descobriu.
Precisa-se de uma casa de memórias guardadas
porque é urgente desenterrar lembranças.
Os gregos antigos diziam que a noite pôs um ovo
que se partiu e formou o céu com a casca superior
e a terra com a inferior.
De seu interior nasceu Eros, impalpável, inefável,
imprevisível.
E, justamente por não ser tempo nem lugar,
nem céu nem terra, transporta-nos
para este espaço amplo e infinito,
a capacidade de nos maravilharmos.

Extraído do Livro: Lições de Amor   

Oração Cigana da Manhã


Salve o Sol, a Natureza, o orvalho da Manhã!
Salve Deus todo Poderoso,
que me dá a felicidade de tomar a benção à toda Natureza.
Salve o Vento, o Sol, a Chuva, as Nuvens, as Estrelas e a Lua! Salve as forças das Águas, a Terra, a Areia e o Solo Fértil!
Que belo seja seu remédio!
O pão que parto à mesa, seja multiplicado!
O Trigo que carrego comigo, seja minha prosperidade.
O Universo me abrace. E que os quatro elementos:
Terra, Água, Fogo e Ar, me dêem as forças necessárias
para todas as dificuldades de minha vida.
Meus caminhos sejam abertos, hoje e sempre,
com toda a pureza dos Elementais
e dos Anjos Mensageiros de Deus.
Amém.

terça-feira, agosto 07, 2007

Olha Essas Flores...




São assim...


Regadas pela dádiva da chuva.


Como que estrelas num céu de jardim


Devagar tombando uma a uma.


Furtivamente querendo escutar


Dir-se-ia que um gênio de espuma procurou saber o seu segredo


E se desfolharam para o castigar.


E eis que a mão da brisa em seu enredo


Sobre o inquieto dorso do arroio caprichou em bolhinhas de enfeitar.




Al'Alam As Santamari

O Oceano


(....)Tu, espelho glorioso,

onde no temporal reflete sua imagem Deus onipotente;

calmo ou convulso, quando há brisa ou vendaval,

quer a gelar o pólo, quer em cima ardentea ondear sombrio,

- tu és sublime e sem final, cópia da eternidade, trono do Invisível;

os monstros dos abismos nascem do teu lodo;

insondável, sozinho avanças, és terrível.

Amei-te, Oceano!

Em meus folguedos juvenis ir levado em teu peito,

como tua espuma, era um prazer;

desde meus tempos infantis divertir-me com as ondas dava-me alegria;

quando, porém, ao refrescar-se o mar,

alguma de tuas vagas de causar pavor se erguia,

sendo eu teu filho esse pavor me seduzia e era agradável:

nessas ondas eu confiava, e, como agora,

a tua juba eu alisava.


Lord Byron

Lembra, Corpo

Lembra, corpo,
não só o quanto foste amado,
não só os leitos onde repousaste,
mas também os desejos que brilharam por ti em outros olhos,
claramente, e que tornaram a voz trêmula
- e que algum obstáculo casual fez malograr.
Agora que isso tudo perdeu-se no passado,
é quase como se a tais desejos te entregaras
- e como brilhavam, lembra, nos olhos que te olhavam,
e como por ti na voz tremiam,
lembra corpo."

Kavafis

tradução José Paulo Paes