quarta-feira, junho 13, 2007

A tinta verde cria jardins,
selvas, prados,
folhagens onde gorjeiam letras,
palavras que são árvores,
frases de verdes constelações.
Deixa que minhas palavras,
ó branca, desçam e te cubram
como uma chuva de folhas
a um campo de neve,
como a hera à estátua,
como a tinta a esta página.
Braços, cintura, colo, seios,
fronte pura como o mar,
nuca de bosque no outono,
dentes que mordem um talo de grama
Teu corpo se constela de signos verdes,
renovos num corpo de árvore.
Não te importe tanta miúda cicatriz luminosa:
olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.

Octávio Paz
(tradução de Luís Pignatelli)

Bjs iluminados amigos!
Paz sempre, NAMASTE!

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Olá,legal vc ter aparecido,comente sempre,bjs iluminados!!!