
sexta-feira, julho 25, 2008
segunda-feira, julho 21, 2008
Papoulas de julho

Então não fazem mal?
Vocês vibram.
É impossível tocá-las.
Eu ponho as mãos entre as flamas.
Nada me queima.
E me fatiga ficar a olhá-las
Assim vibrantes, enrugadas e rubras,
como a pele de uma boca.
Uma boca sangrando.
Pequenas franjas sangrentas!
Há vapores que não posso tocar.
Onde estão os narcóticos,
as repugnantes cápsulas?
Se eu pudesse sangrar, ou dormir !
Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !
Ou que seus licores filtrem-se em mim,
nessa cápsula de vidro,
Entorpecendo e apaziguando.
Mas sem cor.
Sem cor alguma.
SYLVIA PLATH
A papoula é conhecida há mais de 5 mil anos - os sumérios já a utilizavam para combater problemas. Os antigos comiam a flor inteira ou a maceravam para obter o sumo. Na Mesopotâmia, curavam-se doenças como insônia e constipação intestinal com infusões obtidas a partir da papoula.
Por: Rose Aielo Blanco*
O Vento na Ilha
Ouça como ele corre
Pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta como recorre ao mundo para me levar para longe.
Me esconde em teus braços por somente esta noite,
enquanto a chuva rompe contra o mar e a terra sua boca inumerável
Escuta como o vento me chama galopando para me levar para longe.
Com tua frente a minha frente,
com tua boca em minha boca,
atados nossos corpos ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe sem que possa me levar.
Deixa que o vento corra coroado de espuma,
que me chame e me busque galopando na sombra,
entretanto eu, emergido debaixo teus grandes olhos,
por somente esta noite descansarei,
amor meu.
PABLO NERUDA
Estrelas

segunda-feira, julho 14, 2008

AINDA SOMOS ANJOS....
Ainda somos anjos;
Quando em nossa inocência falamos em carma ou depressão.
No fundo pouco sabemos sobre um ou outro.
Mas acreditamos que um anjo vai nos ajudar e enquanto não vem a ajuda vamos sendo o anjo que nossos amigos esperavam.
Ainda somos anjos;
Quando nosso emocional já cansado da luta pela sobrevivência
ainda tem forças para levar pela mão aquele que perdeu o motivo da vida.
Ainda somos anjos;
Quando aprendemos a escutar nossos corações que muitas vezes
já ferido ainda se coloca a disposição de um novo amor.
Quando deixamos a criança dentro de nós falar bem de leve em nosso ouvido o quanto ainda temos de amor para dar.
Ainda somos anjos;
Quando descobrimos que apesar de carregamos em nossos corações mágoas que não sangram mas tambem não cicatrizam descobrimos a beleza da bondade e somos capazes da doçura do carinho.
Ainda somos sonho;
Quando perdemos o medo do novo. Quando construímos
nossos velhos desejos colocando pedra por pedra o castelo que sonhamos.
E mesmo com as ferramentas já gastas pelo tempo,
os braços fracos ainda somos capazes desta construção.
Ainda somos a fé;
Quando agradecemos a vida, quando erguemos nossos olhos para o eterno e sentimos em nós a presença de DEUS.
Somos anjos sim;
PELO SIMPLES DESEJO DE VIVER, DE SONHAR, DE SE DAR, DE AMAR.
(Jorge Reigada)
AMOR DE CORPO INTEIRO

Todo amor no início é muito bom. Depois também, mas de maneira diferente.
A descoberta do amor é o renascimento. É coisa de adolescente, mesmo que se tenha 70 anos. E é tão bom quanto.
Você perdeu o sentido da vida? Apaixone-se! Todo o sentido dessa vai entrar de novo! Coraçõesinhos não vão circular em volta da sua cabeça, mas seu coração vai pulsar de tal forma que tudo vai ficar mais intenso: as cores, as flores, o sol, tudo o que lembra vida. Você vai cantar até música que não gosta. É a felicidade fazendo bonitas todas as coisas.
Claro que amor não se encomenda. Nem se improvisa. Nem se finge. Mas às vezes dando um pouco de oportunidade ele pode chegar. E chega. Para alguns de surpresa, cai do céu, mas para outros fruto de longa espera e perseverança.
O amor é a corôa da existência. O cimo. Não o carregamos, é ele que nos carrega, nos transporta. Vivê-lo é viver. E ele nos faz chorar também. Traz ansiedade e frequentemente decepções. Ai!... mas ainda assim vale a pena! E como vale!!!
E quando toda magia se acalma, resta do amor a paz dele. Resta navegar, tranquilamente, nessas águas que nos levam a esse destino desconhecido, mas seguramente belo, mesmo se um dia tudo pode tornar-se passado, pois a nostalgia do vivido compensa tudo.