quinta-feira, agosto 09, 2007

Precisa-se de uma casa...


Uma casa sem medo de ser invadida.
Precisa-se de uma casa,
cujas paredes sejam feitas de abraços,
mistura de cimento de carinhos e tijolos de afeição.
Uma casa com pisos de madeira perfumada,
lembrando aromas de flores e campos transformados.
Uma casa com escadas que conduzam a um sótão de sonhos armazenados.
Procura-se uma casa ampla com espaços para acomodar
o desejo de viver na tranqüilidade, no sossego.
Uma casa pintada de branco com nuances de paz
e raios de luz por todos os cantos.
É imprescindível que possua claridade transparente.
Uma casa com amores- perfeitos plantados no jardim e gerânios,
ao redor dela, acariciando as pedras dos seus alicerces.
Algumas roseiras são indispensáveis...
Além do mais, necessário é que exista um banco
com nomes gravados a canivete com juras de eternidade.
E que, junto a esse banco, haja uma árvore com galhos
cheios de ninhos de pássaros.
Procura-se uma casa que tenha, em seu interior mais secreto,
uma lareira constantemente aquecendo o inverno e,
no teto, uma clarabóia imensa por onde
se possa ver as estrelas nas noites de verão.
Mas, NÃO se fecha negócio se houver um quintal,
nos fundos da moradia,
com tesouros escondidos de infâncias múltiplas e antigas,
que ainda ninguém descobriu.
Precisa-se de uma casa de memórias guardadas
porque é urgente desenterrar lembranças.
Os gregos antigos diziam que a noite pôs um ovo
que se partiu e formou o céu com a casca superior
e a terra com a inferior.
De seu interior nasceu Eros, impalpável, inefável,
imprevisível.
E, justamente por não ser tempo nem lugar,
nem céu nem terra, transporta-nos
para este espaço amplo e infinito,
a capacidade de nos maravilharmos.

Extraído do Livro: Lições de Amor   

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Olá,legal vc ter aparecido,comente sempre,bjs iluminados!!!